O povo português é a
resultante de um longo processo de fusão de povos e de acumulação de culturas.
A junção dos Celtas e dos Iberos originaram a maior das tribos ibéricas, os
Lusitanos. Mais tarde, as invasões romanas e árabes, respectivamente no século
II a.C. e século VIII, foram as que maior influência e mais vestígios deixaram,
não tanto na composição somática, mas em especial no que respeita ao
aculturamento das populações locais.
No século V, os
povos germânicos invadiram o império romano. O que trouxe a Portugal os Suevos e os Visigodos. Estes
povos deixaram marcas nas características físicas nas populações do Norte, onde
aparecem pessoas com os cabelos e os olhos claros.
Em geral, o povo
português possui o aspecto físico do homem mediterrânico: estatura média,
embora a juventude actual tenda a ser mais alta, pele morena num tom mais
claro, olhos e cabelos castanhos.
Actualmente,
Portugal tem uma população que pouco ultrapassa os dez milhões de habitantes, 10
569,6 era a população estimada no final de 2006.
Religião:
A
religião existente predominantemente em Portugal é o Cristianimos, sendo que
existem umas minorias de protestantes. Protestantes estes como os Judeus,
Muçulmanos, Budistas, Gnósticos e Espíritas, que têm absoluta liberdade de
culto.
Habitação:
Existe em
Portugal uma grande variedade de habitações tradicionais, desde as casas
simples do povo, aos castelos dos tempos medievais, até aos solares e palácios
da antiga nobreza.
Mas, falando
na vulgar casa tradicional, pode dizer-se que, no Norte, ela é feita geralmente
de granito, tem rés-do-chão e primeiro andar, com escadaria externa de acesso e
varanda com alpendre. Na parte superior alojam-se as famílias e na parte térrea
destina-se aos currais, à adega, celeiro e arrumos.
No
centro, à medida que caminhamos para sul, as casas têm ainda primeiro andar,
mas a escada é interior e, às vezes, são embranquecidas.
Na
planície alentejana as casas são rasteiras, de um só piso, todas imaculadamente
brancas.
No
Algarve, aparecem dois pormenores interessantes, a lembrar a presença árabe: a
chaminé rendilhada, de cunho oriental, e os terraços, em vez dos telhados,
conhecidos por açoteias.
Actualmente,
a casa tradicional vem perdendo continuidade, e perfila-se na paisagem lado a
lado com construções de tipo moderno, algumas até desenquadradas do ambiente.
A casa,
nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, lembra a do continente. Os materiais
utilizados são os característicos da região, em geral a pedra basáltica, por
tratar-se de ilhas de origem vulcânica. Mas também o novo tipo de arquitectura
aí chegou, embora mais evidente nas cidades que nos campos. Destaca-se,
contudo, na ilha da Madeira, a casa de tecto de colmo, da povoação de Santana.
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Casa tipica do norte de Portugal |
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Casa tipica da região da Madeira |
Gastronomia:
Bom
gastrónomo é o menos que se pode dizer do português. Todas as regiões têm o seu
prato típico, do bacalhau ao borrego, da caldeirada e do cozido à portuguesa às
feijoadas, enchidos e leitão, até aos doces de fazer crescer água na boca. E
tudo isso regado com o bom vinho de cada região.
A
gastronomia portuguesa é bastante marcante e variada, com evidência para as
especialidades típicas das diferentes regiões do país, formadas a partir de
tradições e ingredientes locais.
Dispondo
duma vasta costa, o mar também nos distingue na gastronomia, que tem nos peixes
e mariscos, um dos principais atractivos. É uma cozinha de sabor a mar. É o mar
que imprime a característica mais marcante à culinária portuguesa.
Uma
refeição típica, em Portugal, começa pelos aperitivos que poderão ir de
azeitonas (condimentadas com azeite, alho e orégãos, ou simples), enchidos
assados, queijos de ovelha ou de cabra, saladas de polvo, de ovas, de orelha de
porco, presunto, ou simplesmente pão e manteiga.
Segue-se
a sopa, cuja variedade é infindável. Sopas de legumes, de tomate, do
"cozido", sopa de marisco, ou algumas das mais famosas: a
"açorda alentejana", composta de pão, alho, coentros, azeite, ovo
escalfado e água a ferver, ou o nacional "caldo verde", feito de legumes,
batata e acompanhado por chouriço.
Na grande
maioria dos restaurantes localizados à beira-mar, faz-se sopa de peixe, uma
iguaria à base de vários peixes. Existem também sopas que funcionam quase como
refeições. É o caso da "Sopa da Pedra", que mistura carnes e batatas
no caldo, ou o caso da "Sopa de Cação", especialidade que se encontra
normalmente no Alentejo: postas de cação servidas com caldo e pão.
Peixe é
uma constante na gastronomia portuguesa, sendo que o grande ênfase vai para as
sardinhas, nos meses de Verão e para o bacalhau, presença constante em qualquer
altura do ano, sendo mais procurado, no entanto, no Natal.
O azeite
português, de grande qualidade, está sempre presente e integra a maioria das
receitas de bacalhau em que somos exímios, na forma de o preparar e apreciar.
Apesar de
ser conhecido pelo seu peixe, Portugal é também país de carne e a variedade
gastronómica que se apresenta é bastante considerável. Porco, vaca, borrego,
frango, são algumas das opções. O prato que condensa, na maior parte das vezes,
todas estas carnes com excepção para o borrego é o "Cozido à
Portuguesa". Feito com carnes de porco, vaca e frango, cozidos, é
acompanhado por arroz, batatas, nabos e legumes. A particularidade deste prato
é que todos os ingredientes são cozidos na mesma água, ganhando assim um sabor
muito especial.
No norte
podemos saborear as tripas à moda do Porto, uma variedade de feijoada, que
também é feita à transmontana, no interior da região e o "borrego assado à
padeiro" acompanhado por batatas assadas.
A doçaria
é bastante variada, mas a maior oferta consiste em mousses de chocolate ou
caramelo, pudim flã, molotoff ou de ovos, doce de ovos, bolo de bolacha e
alguns doces típicos da casa.
Os doces,
com raízes nos muitos conventos onde eram preparados, fazem, ainda hoje,
"dar graças aos céus". O pastel de nata é um doce quase obrigatório.
A
acompanhar as refeições, para além dos refrigerantes, água, ou dos vinhos pelos
quais Portugal é bem conhecido, ainda temos a sangria. Uma bebida com menor
teor alcoólico, doce, feita à base de vinhos e frutas.
Existem
vários tipos de queijo em Portugal. Fabricados com leite de ovelha, vaca, cabra
ou de mistura, a consistência da pasta, o paladar e o grau de gordura, variam
de região para região.
Têm
várias designações, são todos diferentes, e todos são deliciosos. Assim temos:
queijo de Azeitão, queijo da Beira Baixa, queijo de Cabra Transmontano, queijo
Serra da Estrela, queijo de Évora, queijo de Nisa, queijo do Pico, queijo
Rabaçal, queijo de Serpa, queijo da Ilha (S. Jorge), etc.
Portugal tem uma gastronomia tão rica e variada como a paisagem e o
património.
Costumes:
De
brandos costumes, o povo português é comunicativo e acolhedor. Embora não sendo
um país de músicos, a música faz parte integrante da vida dos portugueses.
O
património de danças e cantares populares é muito rico e variado, ora em ritmos
alegres e rápidos, ora melancólicos e dolentes.
O fado
é uma das expressões musicais mais apreciadas, quer se trate do fado de
Lisboa, quer do fado de Coimbra.
As festas
populares e romarias, a maior parte das quais se celebram no Verão, representam
um misto de religiosidade e de paganismo. Aí o povo reacende a sua fé
religiosa, mas também se diverte, fazendo uma pausa nas preocupações do
quotidiano.
Junho é o
mês das festas populares - de Santo António, S. João e S. Pedro - patronos de
um sem-número de cidades e lugarejos. Festas quase pagãs, onde se salta a
fogueira, se dança e se come a bela sardinha assada, as carnes grelhadas e de
churrasco.